Desenvolvimento sustentável: Marcos Fava Neves avalia como o país caminha para o equilíbrio entre sustentabilidade e crescimento

Publicado em: 28/05/2021 | Última modificação em 01/07/2021

O desenvolvimento sustentável é uma pauta urgente, que envolve uma série de debates. Equilíbrio entre crescimento econômico e respeito à natureza, políticas públicas voltadas ao meio ambiente e os novos hábitos de consumo são alguns aspectos que tomam conta das discussões em âmbito nacional e regional. 

O blog Arboville conversou sobre esses temas com Marcos Fava Neves – professor das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo, especialista em planejamento estratégico do agronegócio – e Leticia Franco Martinez – mestre e doutoranda na Faculdade de Administração da USP em Ribeirão Preto, onde integra a equipe de Neves, desenvolvendo pesquisas em marketing estratégico com ênfase em sustentabilidade e agronegócio. 

Confira a entrevista com Marcos Fava Neves e Leticia Franco Martinez sobre como o Brasil caminha nas questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável.

Desenvolvimento sustentável: Marcos Fava Neves

Marcos Fava Neves, professor das Faculdades de Administração da USP em Ribeirão Preto e da EAESP/FGV em São Paulo

Como enxergam o atual panorama das políticas públicas voltadas ao meio ambiente no Brasil? Houve evolução nos últimos anos? Quais os principais desafios?

Marcos Fava Neves: É importante começarmos falando que o Brasil tem um sistema interessante de gestão ambiental. Os instrumentos foram criados e aperfeiçoados ao longo dos anos, passando por diferentes momentos políticos, sociais e econômicos. Com o passar do tempo, em razão dos impactos ao meio ambiente e necessidades humanas, foi ocorrendo uma mudança de pensamento sobre o aspecto jurídico no tema, o que resultou em instrumentos de defesa ao meio ambiente. A lei que institui a Política Nacional do Meio Ambiente, em 1981, em conjunto com a Constituição de 1988, que prevê o “direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”, foram o marco inicial da política pública efetiva no Brasil e isso vem evoluindo até hoje.

Leticia Franco Martinez: Complementando esse histórico que o professor comentou, e trazendo para o momento atual, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) são a principal discussão relacionada à sustentabilidade no mundo todo. Eles fazem parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, lançada em 2015, e os governos se organizam internamente na busca que o nosso Brasil honre seu compromisso. É possível notar a mudança de pensamento empresarial com relação ao tema. Acreditamos que nos últimos 30 anos houve uma evolução positiva nesse sentido.

Marcos: Somada a real necessidade de mudança com a atual pandemia e crise financeira, esperamos um salto grande e rápido nesse sentido, sendo o consumidor o maior agente dessa mudança e com muita atenção à responsabilidade socioambiental. Os desafios acabam entrando nesse ponto também: a adaptação. Mudar nem sempre é fácil, mas compreender a importância disso é essencial para a sobrevivência no mercado.

 

Como estão os debates em relação ao desenvolvimento sustentável no país? Estamos próximos de conseguir um equilíbrio entre os interesses econômicos e ambientais? Os principais atores dessas discussões estão conseguindo dialogar de forma madura?

Leticia: Cada vez mais as empresas buscam alinhar suas atividades com os ODS e isso é algo esperado, tanto que influencia na capacidade competitiva da organização. Essas empresas representam o pilar econômico e afetam diretamente a qualidade de vida da sociedade e do ambiente em que estão inseridas. É uma responsabilidade e tanto.

Marcos: Sobre atingir o equilíbrio, não acho que seja algo muito simples. Temos muito trabalho ainda, mas o que percebemos é que as pessoas estão mais dispostas e abertas para esse tipo de discussão, além de estarem percebendo que é um trabalho em equipe; quando um age de maneira ilegal, por exemplo, todos acabam sendo atingidos de alguma maneira.

Além disso, acredito que há sim um diálogo maduro. Há um grande empenho na divulgação dos Relatórios Anuais de Sustentabilidade, como forma de transparência nos processos produtivos, além de divulgação das ações positivas que essas organizações estão desenvolvendo. Está no site para que todos vejam.

 

Vocês acham que o novo contexto trazido pela pandemia tende a reforçar uma mudança de mentalidade em relação à sustentabilidade, busca por qualidade de vida e um comportamento mais engajado de corporações com questões ligadas ao meio ambiente?

Leticia: Eu acho que sim, a pandemia tem colocado o homem para refletir mais sobre o momento, com mais tempo para pensar o que tem feito até aqui. A sustentabilidade já vinha forte nos últimos anos, mas o despertar de muitas pessoas pode ser acelerado nessa crise que vivemos.

Marcos: Eu trabalho com o agro e percebo muito que o consumidor se preocupa com a rastreabilidade da cadeia produtiva, ou seja, quer saber de onde veio o produto e para onde vai. Além disso, se preocupa com a saúde, então, gosta de saber se é feito manualmente, qual o valor nutritivo. Essas questões são aceleradas agora, já que a imunidade está diretamente relacionada à resposta à Covid-19.

Leticia: Além disso, outras questões são a busca por viver em um lugar que traga tranquilidade, contato com a natureza, com um ambiente que traga paz, já que o dia todo é corrido. O momento de descanso tem tudo a ver com o bem-estar.

 

A tendência das pessoas procurarem morar perto da natureza, em busca de ar puro, silêncio – muitas delas em home office – também acaba estimulando essas discussões?

Marcos: Sim, como muitas pessoas estão em casa trabalhando, o desafio se dá em conseguir delimitar o tempo e espaço, fazendo com que a mente entenda que o ambiente de trabalho e descanso é o mesmo, mas os momentos são diferentes. Estando em um local tranquilo, as reuniões on-line acabam correndo bem, sem interrupções, e na hora de relaxar acontece o mesmo.

Leticia: Reforçando o que foi discutido anteriormente, os consumidores buscarem qualidade de vida e sustentabilidade não diz respeito apenas ao meio ambiente, mas sim ao “equilíbrio”. O ser humano deve trabalhar para ganhar sua renda e, assim, mover a economia, mas também deve ter qualidade de vida e saber conviver com a natureza para que consiga sobreviver.

 


Leia mais:

Vida na natureza: 5 benefícios que mostram por que essa ideia vai melhorar sua saúde e seu humor


Para saber mais sobre os entrevistados:

Marcos Fava Neves

Textos e vídeos do professor doutor estão disponíveis no site doutoragro.com

Leticia Franco Martinez

Materiais da doutoranda Leticia Franco Martinez podem ser consultados no Instagram Tripé Sustentável e no LinkedIn

Alvoradas Arboville: exemplo de desenvolvimento sustentável

Localizado a apenas 15 minutos do centro de São José e a cinco minutos de Jacareí, o Alvoradas Arboville oferece uma experiência de exclusividade e sossego. O acesso é facilitado pela proximidade à Via Dutra, por meio da estrada municipal Abade Biagino Chieffi. 

O local tem vista privilegiada para quatro maciços de Mata Atlântica, além do rio Paraíba do Sul. A conexão com a natureza é ideal para quem gosta de práticas esportivas ao ar livre, como trilhas de mountain bike, caminhadas e até mesmo stand up paddle, já que o local é cercado por lagoas. 

Para ajudar a manter toda esta riqueza natural, que será preservada, as obras do Alvoradas Arboville adotam uma série de soluções sustentáveis. A Terra Simão realiza a gestão dos resíduos de obras, trabalha com tintas à base de água, madeiras de reflorestamento, logística reversa e canteiros em contêineres, entre outras ações. 

A Central de Vendas Arboville fica na Estrada Municipal Abade Biagino Chieffi, 2655, Jacareí (na saída 162 da Dutra). Mais informações: (12) 3959-2162.

Acesse o site: https://arboville.com.br/ 

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